Boa parte das pessoas sabe que o número “7” tem, digamos,
uma expressividade sobrenatural, onde: quebrar espelhos dará 7 anos de azar,
gatos tem 7 vidas, 7 são os pecados capitais... (penso que são muitos mais) e
outras superstições. No entanto, há uma referência Bíblica no Livro de Mateus
18:22 onde Yeshua (Jesus) quando indagado por Pedro (Discípulo) quantas vezes
deveria perdoar aos outros, se até “7” vezes, este responde: “Jesus lhe disse: Não
te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete” (Versão João F. Almeida Atualizada), o que seria
um bom argumento “teológico” em defesa do numeral ordinal sete, o que não é o
caso.
Contudo, as manifestações do 8 na sabedoria popular norte-americana, os
levam a acreditar que gatos possuem 8 vidas(?). Já os chineses consideram o 8 o
número da prosperidade (tanto que abriram as olimpíadas às 8h08 do dia oito, do
mês oito, de 2008). Algumas nações europeias creem que o 8 representa o
infinito, senão, a totalidade do Universo, a imutável eternidade e o equilíbrio
cósmico (havendo alguma semelhança com o símbolo “∞”), mas
quando é mencionado 1Reis 8:23, vai um bobão desavisado e lê o seguinte: “disse: Ó Senhor, Deus
de Israel, não há Deus como tu, em cima no céu nem embaixo na terra, que
guardas o pacto e a benevolência para com os teus servos que andam diante de ti
com inteireza de coração;” (Versão
João F. Almeida Atualizada). Depois de fazer a mesma cara de conteúdo que
você fez, não entendendo praticamente nada (mas acreditando, pois, mencionaram
a Bíblia), continua acreditando que terá uma surpresa financeira após enviar
esta corrente para 8 pessoas… E tem que ser 8 pessoas boas! Pode ser que,
devido a tua fé, algo realmente aconteça (Eu creio no incrível).
O que acontece é que, tanto quanto você, outras pessoas tem
um pequeno defeito ideológico chamado “insatisfação”, nos levando a crer que
qualquer coisa é viável para se alcançar objetivos (desejos). Daí vem um
espertinho, aproveitando-se desta fraqueza psicológica e social (literalmente ignorância coletiva, donde provem os mitos) que temos, e oferece
esta salada mística para quem esta com fome de conquista fácil. Isto é, dando
atalhos para algo que não ocorre instantaneamente (a menos que você vá numa
financeira concretizar sonhos, mas ter pesadelos pelo resto dos seus dias),
sendo rápida a propagação de spam maldoso e supersticioso, além de mascarar um
ponto histórico muito relevante.
Se ligue cabeça, observando a única coerência bibliográfica
e cultural nessa “corrente”, nota-se que o capítulo 8 do 1º Livro dos Reis
(reis de Israel), trata do compromisso idealizado por Davi (Segundo Rei de
Israel) sendo executado por seu filho Salomão (Rei), que após ter construído o
Templo para honrar ao Deus no qual cria e estabelecendo um local para a Arca da
Aliança (Promessa), agradece por todas as coisas (sem exceção) que Deus fizera
por seu povo. Note que somente com o versículo 22 a referência faz mais
sentido: “22 Então, na presença de todo o povo reunido, Salomão foi e
ficou em frente do altar. Levantou as mãos para o céu 23 e disse: - Ó
SENHOR, Deus de Israel! Não há Deus igual a ti em cima no céu nem embaixo na
terra. Tu cumpres a aliança que fizeste com o teu povo e lhes mostras o teu
amor quando eles, com todo o coração, vivem uma vida de obediência a ti.” (Versão Nova Tradução na Linguagem de
Hoje)
Leia
outra vez os versículos 22 e 23...
Nosso amigo, O Rei Davi, o mesmo que escreveu o Salmo 23 (O
Senhor é o meu pastor, nada me faltará), era tão humano quanto eu e você,
errava o alvo (pecava), mas tinha uma coisa que agrada muito a Deus, pois, este
obedecia ao que lhe era ordenado (para melhores informações leia 1º Livro de
Samuel). Então, em agradecimento por todas as coisas que Davi recebia da parte
de Deus, este quis construir um lugar para exaltá-lo e, assim, expressou essa
vontade. Porém, como Davi fora escolhido para reinar como guerreiro (daí vem às
inúmeras discussões sobre Deus mandar matar, fato que não é tão simples como se
pensa), lutando contra os inimigos de então, ficou estabelecido pelo próprio
Deus que sua descendência o honrasse com tal obra, sendo este Salomão. Assim, num reinado de sapiência para com o povo e
dedicação na edificação do templo, Salomão concluiu tal honra e, juntamente com
o povo, se pôs a orar em agradecimento a Deus. Não pelo que ele e sua família
tinham, mas pelo que seu povo possuía: liberdade, consciência e obediência.
Hoje em dia, quando se fala em igreja, não devemos
considerar somente o prédio construído, mas cada indivíduo que se coloca como
um templo da presença de Deus tendo em mente que este não é um lugar qualquer,
mas um lugar arrumado, limpo e agradável. A arca representa o Espírito Santo, o
mesmo que está presente em nossas vidas e para o qual não damos a importância
devida, quase sempre buscando amuletos e mandingas diversas, deixando-o ao
dissabor da "mundiça" na qual nos habituamos. Imagine você numa casa
toda revirada... Com lixo em tudo quanto é canto... Baratas, ratos, traças...
Poeira e teias de aranhas... Como começaria a “arrumação” desta casa? Tirando
tudo para fora, separando o que presta e o que não presta, jogando fora o que
faz mal e o que atrai visitas indesejadas, eliminando os bichos asquerosos?
Sim, ainda que não necessariamente nesta ordem, mas começaria uma faxina geral,
preparando um lugar agradável para visitas. Do mesmo modo devemos fazer com
nossa vida, não para que os outros vejam e sim para que Deus se agrade. Afinal,
ninguém te conhece melhor do que Ele - nem você mesmo(a).
Pois bem, ao conclamar o povo que escolhera amar a Deus,
sendo que eles eram livres para decidir (não sendo imposto pelo Rei que todos
deveriam adorar a Deus, nem era obrigatório ser fiel e obediente), Salomão
mostrou não apenas sua gratidão, mas a daqueles que reconheciam suas bênçãos e
sua benevolência. Com justiça, misericórdia e fidelidade, uma vez que estes o
reconheciam pelo que Ele (Deus) é e não pelo que podia lhes dar.
Sabendo que somos livres para decidir, tendo consciência
das coisas que nos são colocadas por mensagens, conversas, pensamentos e
divagações variadas, conclui-se que a verdade sobre os fatos de nossas vidas
não devem ficar "linkadas" em misticismos, credos teóricos, nem por
fulano que ouviu beltrano dizer, mas naquilo o que podemos experimentar e
devemos evitar (por experiências vivenciadas e, nem sempre, vividas). Quando há
consciência dos acontecimentos de nossas vidas, mensuramos onde estamos
equivocados, tendo condições de sermos melhores para nós mesmos, e de
continuarmos a fazer o que fazemos sem prejuízos próprios ou a terceiros,
partindo do princípio de amar ao próximo depois de conhecermos a nós mesmos.
Por este motivo, antes de recorrer a meios escusos e
questionáveis, procuremos decidir por aquilo o que nos trará paz e ânimo, para
não termos que depositar esperanças “desesperadas” no que não ajuda.
Construamos lugares de honra em nossas vidas. Peça a Deus (tentando acreditar
uma única vez) direção nas tuas decisões, lucidez nas atitudes e entendimento
quando as turbulências ocorrerem. Garanto que um dia (não sei quando), você
também vai conclamar um povo para orar em agradecimento pelo que Deus tem feito
por nossas vidas, pois, Ele é fiel para cumprir suas promessas... Sem precisar
"acorrentar" ninguém.
Que Deus te dê juízo e abençoe.
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